HMAP reduz casos de infecções relacionadas à assistência à saúde
Higienização das mãos, avaliação diária de dispositivos invasivos, treinamento das equipes e formação de multiplicadores de boas práticas são algumas das estratégias adotadas pela unidade para promover mais qualidade e segurança no cuidado

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro, exigindo vigilância constante e notificação obrigatória para monitoramento e controle. As IRAS não apenas aumentam os custos hospitalares, mas também contribuem para a morbidade e mortalidade de pacientes.
Por isso, é fundamental a promoção de práticas seguras e eficazes no controle de infecções. Foi por meio delas que o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia - Iris Rezende Machado (HMAP), unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), construído e mantido pela Prefeitura e administrado pelo Einstein, conseguiu reduzir algumas taxas de infecções hospitalares no último ano, mantendo-se abaixo do limite estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.
A médica infectologista Priscilla Sawada, que coordena o Serviço de Controle de IRAS no HMAP, explica que entre os diversos tipos de infecções existentes, duas merecem atenção especial: as de corrente sanguínea associadas a cateter venoso central (CVC) e a de Sítio Cirúrgico (ISC). Em relação à primeira, a taxa de infecção em 2023 era de 3,30 a cada mil pacientes e caiu para 1,71, uma redução de 48%. Priscilla atribui essa redução a um conjunto de ações estratégicas. "O hospital investiu em treinamento de equipes, formação de multiplicadores, padronização de insumos e discussão de casos para identificar oportunidades de melhorias"", explica.
Ainda em relação às infecções de corrente sanguínea associada a CVC, Priscilla lembra que o cateter venoso central é um dispositivo invasivo geralmente utilizado em unidades de terapia intensiva, sendo necessário o cumprimento de medidas preventivas de infecção chamadas "bundles" em relação à manutenção dos acessos, como higienização das mãos imediatamente antes de sua manipulação e desinfecção dos conectores. "É importante também que as equipes que atuam na UTI avaliem diariamente a possibilidade de retirada dos dispositivos invasivos para evitar o desenvolvimento de infecções", complementa.
Já a Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC), outro tipo de IRAS - associada a procedimentos cirúrgicos ou ao período de recuperação pós-cirúrgica -, a taxa teve redução de 1,09% em 2023 para 0,68% em 2024, o que representa 35%. "Esses resultados reafirmam o compromisso do HMAP em oferecer um ambiente mais seguro e saudável para seus pacientes, destacando a importância de práticas preventivas e do constante aprimoramento das equipes de saúde", pontua.
Para alcançar esse resultado, foram implementadas visitas educativas ao centro cirúrgico e à Central de Material e Esterilização (CME); criação do Comitê de Prevenção de ISC, formado por médicos e enfermeiros; disponibilização de um manual com orientações, desenvolvido pelo Einstein; e padronização dos curativos. A médica ainda lembra que o paciente e o familiar que o acompanha também são orientados sobre os cuidados com a ferida cirúrgica no pós-operatório.
Monitoramento pós-cirurgia
Agregar processos de vigilância de infecções tornam o indicador mais confiável. Por isso, os pacientes que passam por uma cirurgia classificada como limpa, ou seja, em locais sem infecção, são monitorados por até 30 dias e, caso o procedimento tenha sido realizado com prótese, por 90 dias. Essa prática, estabelecida pelo serviço de controle de infecções do HMAP, é essencial para evitar subnotificações, possibilitando a implementação de melhorias a partir da detecção de possível não conformidade nos processos, prevenção de complicações, acompanhamento de cicatrização e ajustes no tratamento.
"O monitoramento é fundamental para garantir uma recuperação bem-sucedida e evitar que a infecção, caso se instale, se torne um problema maior. A prática pode fazer a diferença e contribuir para que uma complicação leve não se torne um evento crítico", conclui a médica.
Sobre o HMAP
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.
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